Todo mundo precisa de uma válvula de escape. Pois quando não há, você corre o risco de explodir a qualquer momento. Você explode e nem percebe o que aconteceu.
Minha mãe teve uma conversa séria comigo na semana passada. Estava eu lá sentada na cozinha e ela em pé lavando louça e acabando comigo. Eu fiquei calada. O que poderia dizer se 90% do que ela disse estava certo, ainda está certo. E não adianta falar que o problema não foi o que ela disse, mas o modo que ela disse. A verdade é que ela está certa na maior parte.
A conversa, o trabalho e a insônia se juntaram a outros acontecimentos e sensações estranhas. É legal ter um diário - sim, eu tenho - porque nele você pode perceber todas as suas mudanças de humor, pressentimentos e coisa e tal. E revendo o que eu escrevi consegui perceber a evolução do que eu tinha. Muito louco isso.
Fazer escolhas é muito complicado, pois sempre se perde algo. Escolher uma certa coisa implica em perder a outra e nessa lógica eu perdi algumas coisas que não gostaria. Sinto falta de cantar, sinto falta de correr diariamente, sinto falta da musculação, sinto falta da vânia, sinto falta da fê, sinto falta da praia num dia de semana, sinto falta da prancha e da água gelada do recreio, sinto falta da bicicleta, daquela pedra da macumba, do pontal, da volta imensa que o ônibus dava pra chegar no recreio, da falta de preocupação, da leveza, da dor muscular, do abdomen sarado... Ainda não deu pra ver se valeu a pena. A verdade é que não dá para viver como criança a vida inteira. Sair de casa é inevitável.
Vou dormir.
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