* TRecho de uma discussão do grupo.
O meu trabalho gera uma exposição tão grande.. E eu nunca pensei/quis trabalhar com isso, mas, como muitos já fizeram/fazem aqui, eu deixei a vida me levar e acabei chegando nessa função. Eu sou repórter e além de ter que ouvir as críticas de pessoas que mal me conhecem ou sabem das dificuldades que passo no dia-a-dia, eu tenho que aceitar as minhas próprias críticas. E ainda ficar tranquila com meus erros, pois se eu errar e ficar nervosa, posso perder o controle e estragar o meu trabalho. O canal pode ser pequeno, mas imagine mil pessoas te olhando, reparando nas tuas manias, analisando tua voz...
Muitos podem achar que eu só quero me vangloriar do meu emprego ou sei lá mais o que pode passar pela cabeça de alguns, mas imaginem o tanto de coisa que se tem que enfrentar para alcançar um sonho, quantos sapos tem que engolir. É botar a cara a tapa todos os dias sem se importar com os preconceitos de beleza, cor, sexo, e saber se perdoar pelos erros que também acontecem todo o dia. E, ainda, estar preparado para todos os preconceitos e erros que virão.
Se há uma coisa que eu aprendi muito nesse tempo de trabalho foi aceitar as diferenças. No jornalismo esportivo há muita gente preconceituosa, seja para se inserir num grupo, seja por alienação ou pelo simples prazer de excluir/maltratar alguém diferente, com gostos diferentes.
Agora, será que alguém sabe como é difícil impor seus ideais num meio em que as coisas funcionam de maneira oposta ao que você pensa? Como fazer com que pessoas que possuem um amor cego por futebol percebam que há outros esportes? Como mostrar um lado mais humano do esporte se a mídia esportiva funciona mostrando o esporte como uma máquina de resultados? São milhões de coisas que gostaria de mudar e me fizeram escolher essa área para trabalhar e por tudo isso costumo dizer que tenho uma missão. Mas, hoje, eu sei que ainda preciso baixar a cabeça para muita gente e engolir muito sapo para um dia conseguir alcançar o que eu quero. E ainda tomar muito cuidado para não corromperem meus ideais, o que é bastante difícil, afinal, “o ser humano é um Produto do meio em que ele vive”. E acreditem, amigos, vocês e esses papos-cabeça são fundamentais para que eu não me esqueça dos meus ideais.
Geralmente, eu não gosto de me expor dessa forma, mas eu queria usar como exemplo algo que eu vivo. Gente, vida adulta é isso: trabalho, família, estudo, saúde, amores... É tudo isso junto e saber levar numa boa todos os problemas/tragédias/frustrações que possam aparecer. E também, claro, saber comemorar as vitórias, o que pra mim é o mais difícil, porque quando conquisto alguma coisa percebo que ainda há muito pela frente.
Alguém disse "ser adulto é se responsabilizar por suas próprias ações e suas consequências". Para mim, ser adulto não é estar num caminho certo, ser sempre o certo, fazer sempre o certo. É escolher um caminho e aceitar que ele pode estar errado e saber voltar ou ser maduro o suficiente para pedir ajuda.
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