Ouvi alguém me chamando. Uma voz familiar que há muito tempo não ouvia. Foi engano, claro. Mesmo antes de conferir eu já sabia que não, não era. Eu continuei olhando para a rua, observando a chuva fina cair, parada na esquina de uma rua do bairro de ipanema. O que eu estou fazendo aqui? Me vinha à cabeça junto com um turbilhão de coisas. Até que a causa daquela espera e de toda a volta ao passado veio andando vagarosamente de dentro da lanchonete.
Foi então que, parada ali com meu turbilhão de idéias e minha decepção com a humanidade, desejei de todo o coração gritar e gritei "Abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer!". Foi instantâneo. Comecei a ouvir um violão bem baixinho e uma voz doce no pé do meu ouvido...
Enquanto eu corria, assim eu ia
eu ia lhe chamar enquanto corria a barca
Por minha cabeça não passava
Só, só, somente só
Assim vou lhe chamar, assim você vai ser
Lá iá lá lá iá, lá lá lá iá, lá iá
Preta, preta, pretinha
Abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer
Eu sou um pássaro que vivo avoando
Vivo avoando sem nunca mais parar
Ai, ai, ai, ai saudade não venha me matar
Nenhum comentário:
Postar um comentário