domingo, 2 de março de 2008

Sobre o que eu nunca quis falar

Faz quase um ano. O dia estava lindo. Sol, calor, céu azul. Eu acordei por voltas das 9h, como sempre, com alguns berros da minha mãe. Eu não queria ir pro estágio e não fui. Por mim, na verdade, nem teria levantado da cama. Mas levantei, tomei um banho e deitei no sofá para ver tv. Lembro bem, liguei na Warner e passava Friends.
Acho que fiquei umas três horas deitada naquele sofá vendo tv. Tava eu lá com minhas idéias, pensando no meu calvário... pensando. Até que resolvi ir até meu quarto e os vi em cima da minha bancada. Quantos eram? 25, 30 talvez. Foram todos juntos, de uma só vez.
Dizer o que senti e o que sentia para tanto é impossível. Mas, afinal, quem nunca quis e quem nunca fez algo desse tipo? Eu só tive um pouco mais de coragem e, com certeza, foi o pior dia da minha vida e uma sensação que não quero sentir nunca mais.
Segundo o médico, eu era uma aberração, pois ainda estava de pé. Os espasmos, a moleza no corpo e a tontura duraram 24 horas.
Sabe, esse dia mudou minha vida, acho. Sempre que sinto que estou ficando meio triste penso nele e lembro que não vale a pena. Penso na minha saúde, na minha família, nos meus verdadeiros amigos. Como seria? Poxa, não valeria a pena. Não valeu.
Talvez isso aqui seja um desabafo, um exorcismo. É, acho que é isso. E um exemplo de que atitudes extremas em situações extremas não levam a nada, só pioram as coisas.
Nesse dia eu tive uma das maiores provas de amizade. Ele acredita que foram energias ruins que me tomaram. Acho que também acreidto nisso. Mas o que importa é que, seja lá o que for, passou. E passado, graças a Deus, não volta, sentimentos bons ou ruins não voltam e, quando a gente quer, situações não acontecem novamente.
A segunda chance, no caso, não é só para a presença. A segunda chance aqui é para a ausência de ação, para a minha ausência, para o esquecimento. Pois, cá entre nós, me fazem muito mais feliz.
É por isso que eu adoro quando me perguntam:
- Então, lilu, como c tá?
E eu posso dizer de boca cheia e com um sorrisão:
- Vou muito bem.

Um comentário:

Suzana disse...

=O
errm... então, Lilu, como vc tá?
=)