shiiiiiii!
silêncio...
Primeiro, eu escolho o nome: Marcelo. E escolho o outro nome: Marcela. Depois, eu invento:
"Foi um sábado quente. O dia havia sido lindo, quente e ensolarado, claro. Marcelo se sentia muito feliz, com o peito a transbordar de sei lá o que. Ele adorava esses momentos de intensa felicidade e de aparente ausência de razão. Tomou banho, escolheu o perfume que iria usar, se vestiu e saiu de casa. Foi pra night.
Marcelo nunca gostou muito de boate, mas naquele dia tava a fim de dançar, de se acabar, de suar de tanto dançar, de sentir suas pernas bambas de tanto dançar e suar... Enfim, ele só não esperava que houvesse aquela filinha chata de meia-hora pra entrar. Esperou. Esperou. Olhou para a fila, para as pessoas da fila, olhou para o céu, para o segurança fortão, para o menino vendendo balas, chicletes e cigarros, e esperou. Nossa, pareceu uma enternidade... Mas quando o fortão fez sinal para ele entrar, Marcelo esqueceu de tudo e só pensou na pista de dança e nada mais.
Sem pegação, sem bebida, sem amigos. Celo - apelido de infância - só queria dançar e pronto. Mas não é que ao adentrar o tal local de dança e pegação veio na direção oposta uma menina meio mal encarada e cheia de pose. Era Marcela, 1,70, mulata e cheia de amor pra dar, tava ali procurando o namoradinho da noite passada. Ê, menina difícil que não sabe o que quer, não sabia se caía de amores pelo companheiro de trabalho ou se casava com o vizinho francês. Mas, pra ela, não importava a indecisão, o importante era ter opção...
Enfim. Marcelo veio andando de um lado, Marcela de outro. E naquela confusão desses locais feitos para dança e pegação, Marcelo esbarrou - putz, que mané esbarro! Foi um empurrãozão daqueles! - em Marcela e, sem querer, acabou apagando o seu cigarro no braço da menina.
- Aaaaiii!
- Desculpa! Desculpa!
- Aaaaiaaaaaai!
- Caramba, mil desculpas...
Marcelo aflito pegou a menina pelo braço - o outro braço, sem a queimadura de cigarro - e foi procurar algum lugar mais arejado para ajudar a menina - como ele iria ajudar eu não sei, mas foi essa a idéia que passou pela cabeça dele. Chegando lá, no terraço - lugar cheio de sereno e com menos gente - Marcela, com a maior cara de bunda, virou o braço para a luz e observou a queimadura. Marcelo segurou o braço da menina e também olhou para a tal queimadura. Os dois levantaram a cabeça ao mesmo tempo, um para pedir desculpas, outro para reclamar do vacilo do manézão que estava a sua frente. Putz! (putz mesmo) Esta foi uma cena louca. Os dois se olharam - sabe, olhos nos olhos mesmo - e viram sei lá o que mais que raiva e arrependimento. Putz!
Momento louco esse... Sabe quando a íris, a parte colorida do olho, de repente, brilha? Brilha, brilha e brilha? Os olhos brilharam. E não se sabia se era culpa das luzes daquele local de dança e pegação ou se olhos simplesmente resolveram brilhar. Cena louca essa... Putz!
O resto da história já se pode imaginar. Não vou contar porque perde a graça e priva os tais vôos loucos da imaginação. Mas saiba de uma coisa, depois daquele momento, que pareceu tão longo pros dois, Marcelo e Marcela, ou Marcela e Marcelo, nunca mais foram os mesmos. É sério, não tô brincando. O tal brilho provocou uma reação estranha e, de certa forma, permanente.
Taí, às vezes, se muda, se sente e se perde sem querer".
Agora, eu olho o relógio, pros ponteiros dele. Nossa, já é tarde. E, sem mais nenhuma criatividade nem explicação, desejo:
Fim.
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2 comentários:
Gostei do conto.
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